Uma das principais características que diferencia a capoeira das outras artes marciais, logo de cara, é a musicalidade), a capoeira é mistura de luta, dança, arte, cultura e muito mais.
Existem manifestações em diversos países da África que têm alguma semelhança e, com certeza, exerceram alguma influência na capoeira, em algum ponto que nós nem imaginamos. Mas, não existem registros de capoeira, tal como a conhecemos, em lugar algum senão no Brasil. A capoeira é, mesmo em sua forma mais primitiva, exclusivamente brasileira.
Nasceu dos escravos, e dos filhos dos escravos, no Brasil. Ninguém queria ser escravo e todo ser, humano ou não, tem desejo (e o direito, como sabemos) de ser livre. A capoeira nasceu assim: por um desejo de liberdade.
Quem fosse pego jogando capoeira pegava prisão de 3 a 6 meses, e era levado para a delegacia amarrado no rabo dos cavalos, um verdadeiro sofrimento! Reza a lenda que o melhor local para se jogar capoeira era então, do lado da delegacia; assim ficava-se menos tempo arrastado pelo cavalo...
Era dito também que para verificar se o cara era ou não capoeirista colocava-se uma laranja pela cintura da calça do suspeito, e se a laranja caísse no chão, danou-se (pois, teoricamente, os homens de “bem” não usam calças com a boca larga).
Ironicamente, os homens preferidos para a guarda real eram negros capoeiras, capazes de driblar e se safar de qualquer coisa! Até os recrutas da polícia eram obrigados a treinar cabeçadas e pontapés para poderem enfrentar seu principal “inimigo”.
E por aí foi que quanto mais tentavam reprimi-la, mais força ela ganhava.
Hoje a capoeira é o que é, e não se perdeu no rio do esquecimento e desvalorização como outras formas da cultura e tradições populares. E isso aconteceu principalmente devido a dois homens notáveis, Mestre Bimba e Mestre Pastinha.